RISCO DE VIDA
Review by Ally

Todo começo é difícil, ou na melhor das hipóteses tudo aquilo que desconhecemos, que não nos é familiar, que abala as estruturas, têm, por comportamento reflexo a exclusão! O ato de deixar de fora, pôr de lado, não compartilhar....Assim eu definiria com estas palavras o comportamento inocente de Scully, assumindo para si uma investigação que não indicava mesmo um maior comprometimento. Claro que depois, e só depois, ela percebeu que um pequeno erro tornou-se um fato quase mortal, e isso para ela mesma!

Posso com certeza até a presente data admitir sem medo de errar que este foi o episódio mais perturbador pra mim nesta nova temporada. Foi um choque, algo que me colocou numa posição de medo, de insegurança, de falta de comunicação com o mundo exterior, num isolamento devastador....na posição de Scully!

De imediato a aparência da Comunidade Religiosa e adoradora daquele ser que me limitarei a denominar de ‘parasita’ já não era boa, normal...quando digo ‘normal’ refiro-me à pessoas no máximo reservadas, modestas, com trajes simples, semblante comum, defendendo suas idéias moderadamente contrapostas à realidade a sua volta. Mas não é isso....o grupo em questão era estranho, alienado, desconexo, e olhando bem de perto até poderia parecer assustador.

Quando vimos então a verdadeira identidade do grupo, e seu ‘modus operandi’ aí então o desespero...introduzir aquele ser disforme na coluna vertebral de uma pessoa, fazendo-o locomover-se até o cérebro da mesma, adorando-o como um Mestre, ou Messias, dando glórias e aleluias que findavam em marteladas e esmagamento craniano doloso sem precedentes.....foi horrível! Pior foi ver Scully vitimada por essa prática ! Eu imagino que todos nós eXcers até o último minuto imaginamos Doggett chegando a fim de resgatar Scully antes mesmo que a Comunidade pudesse introduzir a criatura em sua coluna. Mas não deu tempo, e foi chocante ver mesmo que quase ele não consegue salvar Scully ou sua própria vida !

Vale salientar...as desconfianças de Doggett, a preocupação com Scully, a busca de provas, a sua não entrega diante das incertezas, mostraram um personagem à altura do Arquivo X e de tudo que ele representa. Por mais que ainda esteja cético, sua crença em algo naquele momento o salvou, e salvou Scully e isso foi fantástico!

Admitir os erros e ansiar não persistir neles é uma virtude, e fiquei feliz ao ver Scully admitir isso. Não que este tipo de comportamento a torne mais frágil, ou menos inteligente, mas certamente nos faz ver que estamos cercados de pessoas e não é de todo errado depositar uma parcela de confiança em alguém.

Ainda que não seja ‘Mulder’, Doggett já merece lá os seus créditos, e têm sido excelente parceiro. A vida nos reserva surpresas, e é bom estarmos abertos à isso. Eu vi isso em Scully. E Scully viu isso em Mulder, e agora viu também de um modo diverso em Doggett. E nós devemos ver as experiências do melhor modo: retendo de tudo aquilo que é bom!

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