Por que na maioria das vezes as pessoas fazem tudo às ocultas e tem de ser no meio do mato, do nada absoluto ???? Obviamente por ser mais fácil, por ser o cenário perfeito para tudo aquilo que é macabro, horrendo, assustador....E na qualidade de humana corajosa fico sempre perplexa quando algum Arquivo envolve criaturas inimagináveis tragando humanos com a maior facilidade...muito, muito corajosa....ufs...

Então, imagine a cena : Mulder demitido do FBI, Skinner às voltas com as exigências típicas de Kersh, Scully entrando em Licença Maternidade, Agentes inexperientes, Arquivos desprezados...Pobre Doggett ! Ninguém gostaria de estar na pele dele! Vendo assim por este prisma solidão parece mesmo a companhia perfeita para descrever a situação na qual ele se encontrava.

"...Sozinho não se chega a lugar nenhum, Agente Doggett !!! Eu não estaria aqui sem você!". Esse seria um outro sinônimo para a palavra também dita por Scully neste eppy : PARCERIA !

E como disse Mulder, e muito bem, é claro, 'depois de tudo que é visto, depois de tudo pelo que se passa num Arquivo, parceria passa a ter um outro significado'. Estamos falando aqui de pessoas que dão muito mais do que o seu profissionalismo neste âmbito de questionamento dos casos, pessoas que se dão em troca daquilo que acreditam que valha mais : a proteção da vida humana como um todo, a manutenção da segurança que só pode ser obtida conhecendo a verdade e cuidado de evitar que o caos se instale de algum modo.

Eu entendi que tudo isso estava contido naquele chaveiro de Apollo 11...

Aí sim entendi também o quanto Doggett estava SOZINHO...Bom, antes só do que mal acompanhado, mas quando vi a sua nova parceira...pobre moça...ou melhor : Pobre Doggett... é óbvio que todos pensamos : o que ela está fazendo ali ???

Sim, desqualificada, despreparada, inconveniente, impertinente, sem qualquer noção do quê ou com o quê estava se metendo...quem não desaprovou de cara Leila Harrison ???? Não deu para apostar nela - isso de imediato!

Às vezes e de modo tão precipitado se julga pela primeira impressão tão erroneamente. Mas eu não escaparia de dar os mesmos "Parabéns" que Doggett cinicamente lhe deu quando esta constatou a evidente existência de um Arquivo X para o novo chamado, e imagino o peso disso ao saber então que esta nova parceira tinha apenas como experiência anterior o Departamento de Contabilidade !!!

Ainda que pareça pouco, eu apostei no seguinte : ela havia lido cada Arquivo X do escritório, ou pelo menos parecia...a coitada despejava detalhes e mais detalhes de passagens de Mulder e Scully como se tivesse lido livros de Ficção há séculos ! Mas querem saber o mais importante disso ? Ela acreditava ! Ela sustentava isso sem vergonha de admiti-lo, e isso vale mais do que muito item de graduação em currículo de Agente cético ! Comecei a apostar nela.

Evidentemente fiquei com muita dó de Doggett ao concordar com Scully que ele se encontrava numa posição de total falta de cobertura para o trabalho, isso ao menos até Leila se apresentar !

Mas voltando ao Arquivo em questão : petrificada seria uma boa palavra para descrever....a mim mesma, é claro ! Só de pensar nas possibilidades : réptil por si só já é o grupo mais peçonhento dentre os animais vivos, e ainda imaginá-lo como um super predador, comedor de bílis, ou um extraterrestre escamando peles, deixando vestígios de substâncias proliferadoras de cegueira entre outras coisas...sinceramente ? Jamais correria atrás da coisa pelo meio do mato (de dia ? quem dirá de noite...) como Mulder fez !!! Aliás, se não fosse esse teimoso desempregado, mentiroso e de identidade falsa, nem sei o que significaria parceria, ou cobertura...é Mulder, não é preciso dizer mais nada !

Cheguei a imaginar que Leila estivesse morta. Ninguém sabia como o predador agia até vermos o interior da caverna; já era de se esperar um cadáver, ou os restos disso quando Doggett chegou lá, e 'como' chegou! Dá até para começar a sentir medo de cientistas. Em vez de usar conhecimento e sabedoria privilegiada, ou anos de pesquisa e recursos em prol do bem da Humanidade, começam a testar, inventar, e se usar em armadilhas biológicas macabras para fazer de si um meio homem, meio réptil, uma espécie assustadora de lagarto, que se alimenta com armadilhas de dia para devorar indefesas presas cegas à noite ??? Onde isso vai parar ???

É o tipo de situação em que se é inaceitável ser criatura e criador, mostro e cientista, inventor e experimento, que leva morte ao invés de vida! E sem titubear, a novata do FBI acertou em cheio que ele próprio, Sr. Stiles era o monstro ! Impressionante...e ainda bem que não foi a única; torci muito para ver Doggett acertando o tiro ao som da voz de Mulder, por um momento quem não pensou que ele pudesse errar ??? Ainda bem que coração de eXcer é forte...

Leila acreditava, mas desistiu, e creio que ninguém seja capaz de julgá-la. Doggett nem sempre acredita, mesmo que os seus olhos vejam e lhe digam o contrário da razão que ele imagina ter. Enfim, não dá para premeditar o inesperado, mas eu o admiro por não desistir, seja qual for a razão que o impulsiona.

Como boa Shipper preciso confessar que amei a discussão boba de Mulder e Scully admitindo 'ser ou não ser' uma nave alienígena o enorme artefato que fez parte da história vivida por eles na investigação da Antártida (embora recentemente tenha tido uma experiência investigativa que me levou a crer ser Antártica, enfim...), mas também o que me comoveu foi ver o quanto Doggett não faz parte deste tipo de entrosamento; o olhar triste no corredor do hospital; ali ele pareceu mesmo ainda mais 'sozinho'... Sei que não se pode mensurar tantos anos de convivência em face de apenas um ano de Doggett nos Arquivos, e ninguém quer fazer comparações; o que realmente importa é que parceria não tem esta idéia, esta conotação; ela inexiste em virtude do fator tempo (ainda bem...) e Doggett tem se mostrado um bom amigo, um grande agente. Eu aposto nele. 

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