06x18: Milagro
(cedido por Bel ADAS-DRG) |
PHILLIPE PADGETT:
"Sua mente precisa correu através da
abundância de possibilidades, seria isso um berloque
do assassino? Haveria uma mensagem contida neste símbolo ambíguo? Seria ele
um religioso fanático que teria, em uma pressa fervida lambido o envelope, deixando
o revelador DNA que daria início ao seu desvendamento? Ela tinha uma certeza
cabível de que o assassino era um homem... e agora, enquanto ela segura o
metal frio em seus dedos, ela o imagina fazendo o mesmo, tentando figurar o rosto
dele. Isso seria um rosto plano, um rosto ordinário... Um rosto em que as pessoas
estariam propensas a confiar.
Ela conhecia esta inerência, sendo ela mesma uma confiante natural. Mas a
imagem que ela evocou não era melhor do que os inúteis compostos de esboços
que foram jogados em seus arquivos. Preconceituosamente, ela sabia que esta
não era sua força como investigadora. Ela era uma oficial de fatos frios, rápidos
de organizar, conectar, embaralhar, reordenar e sintetizar os valores verdadeiramente
relativos em categorias discretas. Imprecisão iria somente incitar
críticas sexistas de que ela seria frágil, maleável, não estando à altura
dos homólogos de seu homem. Mesmo agora, enquanto ela coloca um fio errante
de cabelo ruivo atrás da orelha, ela se preocupava que seu parceiro saberia
instintivamente o que ela conseguia somente supor.Ser considerada simplesmente
como uma mulher bonita era limitador,inconcebível. Mas ela era bonita...
fatalmente, maravilhosamente atraente. Ainda assim, o respeito compensatório
que ela comandava,somente aprofundava as ansiedades de seu coração...
deixar ele aberto,deixar alguém entrar."
"Eu sou um escritor. Isto é o que eu faço, imagino como as pessoas se
comportam. Eu tenho que admitir que
reparei em você.Eu faço isso... Reparo nas pessoas. Eu vi
que você usa uma cruz de ouro em seu pescoço então eu arrisquei nessa pintura...explicando
alguma coisa que você pode já estar sabendo. Eu vi permissões
de estacionamentos de Georgetown em seu carro datados de 1993 e um adesivo
de isenção do governo que a deixa estacionar em qualquer lugar que quiser.
Você não mora nesta área mas como uma funcionária federal, você tem razões
para frequentá-la.Você está em boa forma, com panturrilhas musculosas, então
você deve se exercitar ou correr. Há uma rota de corrida popular perto que você
deve usar no almoço ou depois do trabalho. Você notou esta igreja ao passar e
apesar de estacionamento ser sempre um problema nesta parte da cidade, seus privilégios
especiais tornaria fácil a visita... não como um lugar de adoração mas
porque você tem uma apreciação por arquitetura e as artes...e como a magnificência
é o que você levaria de sua visita... este simbolismo religioso de pintura
teria deixado uma impressão subconsciente, induzido pelo presente que você
recebeu esta manhã."
"O episódio na igreja incitou o parceiro da bela agente para um ato de auto-justificação Hegeliana. Prontamente violando a quarta emenda contra roubo de correspondência,ele preparava-se para insolentemente infringir a primeira. Mas se ela tivesse previamente despertado as suspeitas de seu astuto parceiro, a Agente Especial Dana Scully teria ela mesma sido... simplesmente despertada. Toda as manhãs, os insolicitados cumprimentos do estranho tocavam nas cordas umedecidas do seu instrumento, até que o "C" médio da consciência estivesse perfeitamente ajustado e ressonante. Ela estava lisonjeada. As palavras dele apresentaram a ela uma boa imagem dela mesma, bastante diferente da máscara de honestidade praticada que espelhava de volta para ela, vinda dos examinadores médicos, dos investigadores e de todos os homens da lei que se atreveriam a tais declarações. Ela sentiu um involuntário resplendor e repreendeu a si mesma contra a indulgência de menina. Mas as imagens chegam por necessidade e deixam que eles brinquem-- deixam eles se imergirem na delícia -- ou em mais uma confecção açucarada -- de sua adolescência quando o seus sensos eram novos e desgovernados pelo medo e auto-negação. 'Dor', 'sensação', 'remorso' -- quão irônico o vocabulário Victoriano do comportamento patológico que agora tão perfeitamente descrevia as apalpações de seu próprio desejo. O estranho a tinha olhado nos olhos e a conhecia mais completamente do que ela conhecia a si mesma. Ela se sentia selvagem, feroz, culpada como a uma criminosa. Havia o estranho desencadeado nela o que já estava lá ou somente a ajudou a descobrir uma paisagem que ela, por necessidade, se cegava para ver? O que seu parceiro pensaria dela?"
"A dor espremida em seu sensível coração como se ele fosse quebrar em mil pedaços, seus conteúdos correndo como promessas quebradas para dentro dos espaços vazios que o amor dela costumava preencher. Como poderia ela saber que esta dor iria acabar? Esse amor, ao contrário de matéria e energia, era um suprimento interminável no universo... Um germe que cresce do nada, que não pode ser erradicado mesmo do mais obscuro dos corações. Se ela soubesse disso -- e quem poderia dizer que ela acreditaria? -- Ela não teria a chance de permanecer no triste túmulo dele até pelo menos uma hora, então ela pode não ter que aprender a segunda verdade antes da primeira: que ter amor era carregar um vaso que poderia ser perdido ou roubado ou pior, derramar sangue vermelho no chão. E que esse amor não era imutável e podia se tornar ódio como dia se torna noite, como vida se torna morte."
"Uma estória pode ter somente um final verdadeiro. Mesmo quando o estranho se sentiu obrigado a entregar suas palavras finais para o papel, ele fez isso sabendo que elas nunca deveriam ser lidas. Para ver que a soma do seu trabalho era ver dentro de seu próprio vazio o coração de um destruidor, não um criador. E ainda assim, refletido contra ele, pelo menos ele pôde ver o seu próprio final. E neste ato final de destruição, uma chance de dar o que ele não pôde receber."